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15 de julho de 2010

Adoração ou Show? | Parte I

“Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, cantando com salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seus corações”. Colossenses 3:16

Era pra ser somente um post comentando o bom livro de Paul Basden, Adoração ou Show?. Porém, fui escrevendo, fui relendo aqui, o livro e, ainda, fui tentando ousar explicar determinados fatos eclesiásticos… bem, espero que não tenha muita bobagem e que ajude alguns a olharem o Ministério de Música/Louvor/Adoração/Liturgia de sua igreja de uma maneira diferenciada.

Felipe Alves Davi

Quantas vezes você, líder do Ministério de Música/Louvor/Adoração/Liturgia, já foi interrogado com o problema do “momento de culto” da sua igreja? Quantas vezes você já teve aquela sensação de que está faltando algo no culto da sua igreja? Ou, quantas vezes o seu pastor teve que pedir que o culto fosse “um pouco melhor” (mais dinâmico, mais vivo, etc.)?

Imagino que você tenha respondido "várias vezes" pra uma ou todas as perguntas acima. Você não é o único que fica quebrando a cabeça pra “montar” um culto ou um "momento de louvor" agradável e relevante pra sua igreja. Alias, não é, nunca foi e nunca será! Sabe por quê? Porque o problema não está no método ou forma; e muito menos no Conteúdo. O problema está conosco, com o ser humano.

Deixe-me fazer duas ressalvas:

Primeira, Culto é Adoração. É a adoração coletiva que deveríamos ter quando nos reunimos em um só lugar (igreja, templo) e compartilhamos daquilo que temos aprendido, crescido e experimentado (comunhão) com os outros e com Deus (que é o resultado da Adoração individual, que mais pra frente discutiremos).

Segunda, O Conteúdo do Culto sempre será o mesmo: A Palavra de Deus e seu plano remidor para nos dar vida eterna, de modo geral.

A partir disso, podemos voltar e afirmar que o problema está com o ser humano, com os “cristãos”. O problema de termos tantas denominações e tantos estilos diferentes de cultos (e cada época se inventar ou surgir um estilo diferente da reunião desses cristãos) é por causa da nossa instabilidade e inconstância. Cheguei a essa conclusão lendo um livro chamado "Adoração ou Show?" de Paul Basden e mais 6 escritores, lideres renomados na área; Chamarei de ‘Adoração Coletiva’ aquilo que conhecemos como reunião dos cristãos para Adorar e Louvar a Deus. O livro mostra 6 visões diferenciadas da ‘Adoração Coletiva’ (estilo, forma e, até, conteúdo!); cada escritor defendendo sua visão e criticando (de uma maneira bem saudável) a do outro. É um livro de pesquisa, de estudo, de conhecimento, mas é, sobretudo, um livro de esclarecimento. O que me clareou? Exatamente isso... Que o problema da ‘Adoração Coletiva’ somos nós e não os métodos ou, muito menos, o conteúdo.

O problema identificado foi que, ao invés dos métodos servirem como canal ou facilitação para aprendizagem (de uma maneira geral), eles estão sendo colocados como doutrina ou como algum mandamento vindo da parte de Deus. Felizmente, não é! Métodos são para facilitar a aprendizagem de um indivíduo. Um bom exemplo são os métodos para ensino do inglês ou da música. No inglês, por exemplo, há aqueles métodos que priorizam a conversação; outros, a gramática; outros, a rapidez e o raciocínio; outros, ainda, por conversação aliados a ortografia e gramática. Ou seja, há vários tipos e formas de se aprender inglês, mas o conteúdo é o INGLÊS e o fim é sair o mais conhecedor possível desse idioma (do INGLÊS, rs). É claro que algumas pessoas se ajustam a determinados métodos, simplesmente pq são diferentes, mas isso não quer dizer que, por um ser mais usado, este será o melhor. Melhor vai ser para os tais que se adaptarem a determinado método.

O que eu quero dizer é que se um estilo de culto é mais usado do que outros, não é, necessariamente, porque Deus gosta de ser adorado daquela maneira; contudo os motivos reais podem variar: pode ser pela época, pela cultura, ou pelo fato de querer fazer algo diferente. Se no passado bem distante, ser formal era a forma mais usual de ‘adoração coletiva’, hoje já não é bem assim. E, ainda, se num passado bem recente a forma tradicional com hinos era bem aceita, daqui a alguns anos pode não ser.

Eu creio que deve haver equilíbrio entre os métodos antigos e os métodos “novos” (a grande verdade é que não há coisas “novas”, mas reutilizadas... porém isso é assunto pra outro texto). Métodos podem afetar não só a parte espiritual da igreja, mas a parte social e cultural dela. Infelizmente não foi ensinado ao povo que usamos métodos para facilitar a aprendizagem, e no nosso caso, se tratando de igreja, para facilitar a ‘adoração coletiva’. Foi (e é) ensinado que os métodos são doutrinas, ou seja, que são corretos, em si mesmos. Um bom exemplo é que vem acontecendo atualmente nas igrejas: o que foi ensinado aos irmãos da geração passada, que hoje são os mais idosos das nossas igrejas, é que o método deles era o correto. Contudo, nem o do passado, nem o de hoje são "corretos". Por isso há tanta discussão sobre o uso das artes na ‘Adoração Coletiva’. Porque métodos são métodos!

Correto será usar o método da melhor maneira possível para que o CONTEÚDO seja ensinado; que é o que importa. Ou seja, em se tratando de ‘Adoração Coletiva’, para cada época há uma forma, relevante e dinâmica, a ser usada. Com isso, não estou defendendo usar qualquer coisa ou o que faz mais sucesso. Estou defendendo o direito de usarmos recursos contemporâneos, de qualidade, para contar a Fantástica Velha História!

Podemos usar recursos atuais? Músicas atuais? Pode-se até trocar o Órgão pela Guitarra (como muitos métodos ousam em sugerir)?? Claro que podemos! Mas nada disso servirá ou adiantará se o principal não tiver sido mudado: o Coração. O que me deixa mais triste é que essa discussão (de Coração) vem desde Adão e Eva! A verdade é que Deus quer que seu povo viva com o Coração quebrantado, sincero diante dEle (Salmo), e que não se reúnam por mera formalidade ou obrigação (Malaquias).

Continua no próximo post…

Felipe Alves Davi Phill Davi Enfim, Persiste em Ler & Orar!

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